A barba de Platão não está emaranhada
Há muito tempo que queria tornar isto público. Chegou o momento.
Platão usava barba. E será que a sua barba estava mesmo emaranhada até à cintura??!
Willard Quine sabia do que falava. Ainda que discorde, o Sr. Quine insurge-se contra uma velha doutrina metafísica alegadamente obscura a que ironicamente deu o nome de A Barba de Platão (daqui em diante, a Barba).
Explico-vos. A Barba é a doutrina de que o não ser tem de ser. Se assim não fosse, argumenta-se, não se poderia sequer dizer dele aquilo que se tem obviamente de ser capaz de dizer dele: que não é.
Barbas longas e não aparadas com séculos de existência, como parece ser o caso desta, tendem naturalmente a emaranhar-se. Quine acha que a Barba é irremediavelmente obscura, que não há qualquer maneira de a desemaranhar.
Nós, e (quase) todas as pessoas que gostam de homens com barba e de muito bom gosto, acreditamos que existem maneiras de a desemaranhar. Barba que é barba não se emaranha assim. E se há coisas que não existem, uma delas não é de certeza a barba. A barba existe. A barba é. E é, porque se desemaranha por si.
Vejam-se exemplos que se destanciam da Barba pela não-existência:
Platão usava barba. E será que a sua barba estava mesmo emaranhada até à cintura??!
Willard Quine sabia do que falava. Ainda que discorde, o Sr. Quine insurge-se contra uma velha doutrina metafísica alegadamente obscura a que ironicamente deu o nome de A Barba de Platão (daqui em diante, a Barba).
Explico-vos. A Barba é a doutrina de que o não ser tem de ser. Se assim não fosse, argumenta-se, não se poderia sequer dizer dele aquilo que se tem obviamente de ser capaz de dizer dele: que não é.
Barbas longas e não aparadas com séculos de existência, como parece ser o caso desta, tendem naturalmente a emaranhar-se. Quine acha que a Barba é irremediavelmente obscura, que não há qualquer maneira de a desemaranhar.
Nós, e (quase) todas as pessoas que gostam de homens com barba e de muito bom gosto, acreditamos que existem maneiras de a desemaranhar. Barba que é barba não se emaranha assim. E se há coisas que não existem, uma delas não é de certeza a barba. A barba existe. A barba é. E é, porque se desemaranha por si.
Vejam-se exemplos que se destanciam da Barba pela não-existência:
- Ninguém não existe
- O décimo-primeiro planeta dos sistema solar não existe
- O abominável homem das neves não existe
- Durão Barroso não existirá em 2100 (julgamos nós... bem como o Ratzinger)
- Sócrates não existe (não falo do José Socrátes!)
- O mamífero voador que respira debaixo de água não existe
A Barba é para nós uma posição de existência. Platão tinha o Bem e usava-a sem estar emaranhada.
4 Comments:
O direito à barba conquista-se. Se não tens, podias ter.
Terás que fazer o esforço de perceber que a barba se não mistura com os restantes aspectos da vida (todos menores quando comparados com ela). Até a Declaração Universal dos Direitos do Homem, no seu ponto 31.º, deixa assente que à Barba se não aplicam os seus artigos. Não tens feito os trabalhos de casa, caro Dot – pelo que vou pedir à Doroteia que te aplique a punição n.º 23 dos nossos estatutos.
Só existem 33 artigos, pequeno ser.
Dot, és uma gillette.
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